2/23/24

BOLA PRESA - Presidente da Federação Maranhense de Basquete exclui o registro de 45 oficiais de arbitragem, inclusive de um falecido

Comunidade do basquete classifica como “descabido”, o ato de exclusão do saudoso Tainha, referência na arbitragem local; especialista em Direito Esportivo avaliou o assunto.


Presidente excluiu da FMB o falecido Tainha

A Federação Maranhense de Basquete – FMB, por meio de uma nota oficial postada no Instagram da entidade, na última quarta-feira (24), divulgou a exclusão definitiva de 45 oficiais de arbitragem e de mesa, em regime de afastamento voluntário ou não, por não atenderam ao chamado de reapresentação obrigatória expedido por meio de nota oficial divulgação no início de janeiro (2). 

(Veja a integra das notas oficias de FMB no final da matéria).

O que seria um ato normal da atualização cadastral do corpo de oficiais da FMB, ecoou na comunidade do basquete como “uma atitude sem cabimento” do presidente da FMB, Rodrigo Lamego”, pelo fato de incluir na lista de excluídos permanentemente nomes que fazem parte da história do basquete maranhense, enquanto atletas, árbitros e técnicos.

Entre eles, Carlos Alberto Ferreira Alves Junior, o saudoso Tainha, considerado por aqueles que o viram apitar, “um dos melhores árbitros do quadro da FMB”, o qual no dia cinco de maio, completará 24 anos de falecimento. 

Há mais de 20 anos sem apitar, Walbert França Alves, hoje com 66 anos, contemporâneo de Tainha, também integra a lista de excluídos. Este lamentou o fato: “Eu não sabia da atitude absurda, tomado pelo presidente da FMB, só lamento o desrespeito aos que já faleceram e aos que estão em atividade e prestam um relevante serviço ao basquete maranhense”.

Outro nome da lista de excluídos do quadro de árbitros da Federação que causou espanto nos amantes do basquete, foi o de João de Sousa Santos (Espirro), um dos principais jogadores de basquete do Maranhão, com passagem por times como o FlaBasquete-RJ e a Seleção Brasileira, além de técnico de várias gerações de atletas nas escolas de São Luís e da seleção maranhenses, inclusive foi vice-presidente da FMB na gestão passada, de Rubem Goulart, pai do atual gestor.

Espirro atuando pelo Flamengo-RJ

A decisão de Rodrigo Goulart foi motivo de debates e embates nos grupos de basquete no WhatsApp.

O ex-presidente da FMB, Eduardo Macieira, por exemplo, achou lamentável a atitude do atual gestor da federação.

“Ninguém tem o direito de desconstruir o que já foi feito. Muito menos de  apagar a história e a dedicação de cada uma dessas pessoas  citadas nesta lista de exclusão da FMB. Eu tenho um profundo respeito, admiração e consideração por todos, pois eles construíram a FMB, com muito trabalho, competência e amor ao esporte que todos nós amamos. Devemos é enaltecer e apresentar para as novas gerações de oficiais quem foram eles e ter respeito por eles”, disparou Eduardo.


Eduardo é vice-presidente da AVAB-MA

Macieira disse ainda que o fato que ele mais se indignou foi quando leu na lista de exclusão o nome do saudoso Carlos Alberto Ferreira Alves Junior. 

“Tainha foi um dos maiores e melhore árbitros que a FMB já teve. Foi o primeiro Presidente da Associação dos Veteranos e Amigos do Basquete – AVAB-MA e uma pessoa que jamais será esquecida da história do basquetebol maranhense. Pois fico muito triste com toda essa atual situação do nosso basquetebol. Se continuar assim, daqui para frente não teremos mais passado, somente o presente e um futuro incerto”, lamentou o professor Eduardo.

Pelo grupo de WhatsApp, Rodrigo Goulart contra argumentou que seu ato não significa apagar a memória desses oficias. 

“Nessa relação estão árbitros falecidos, árbitros que já não atuam há mais de 20 anos e árbitros que solicitaram, a pedido, o afastamento. Logo, todos esses árbitros, por uma questão administrativa, e por não cumprirem o que determina a FIBA, a CBB e a FMB, parte deles é claro, não fazem mais parte da FMB”.

Na opinião de Nelson Fontinhas, que já foi interventor da FMB, “essas pessoas que já estavam fora da Federação, que já não têm mais uma rotina na instituição, ex-árbitros e pessoas inclusive que já faleceram, poderiam ser enquadrados em um cadastro de inativos e não, necessariamente, serem excluídos, por meio de um documento oficial e público. Porque, de certa forma, isso impacta nas pessoas que tem um serviço prestado para a entidade. No mínimo, classifico essa atitude, como uma indelicadeza, principalmente com as pessoas que eu convivi por muito tempo, a exemplo do saudoso Tainha e Walbert”. 


O jurista Nelson Fontinhas 

Nelson fontinhas foi além: “Se, de acordo com o regimento interno, o oficial de quadra ou oficial de mesa que permanecer por mais de 90 dias afastado do exercício de suas funções, sem justificativa, estará automaticamente excluído do quadro de árbitros da FMB”, porque só agora ele toma essa medida intempestiva? Levando em conta que a atual gestão está no exercício desde 2001 e seu antecessor, o pai dele [Rubem Goulart], passou mais quatro anos! Só Tainha, por exemplo, está falecido a mais de 20 anos! A maioria dos árbitros desta lista de excluídos está em inatividade na FMB a pelo menos 365 dias. Se fosse uma medida de atualização cadastral tomada todo ano para tornar inativo quem não está na ativa. Aí tudo bem! ”. Questionou Nelson, que também é jurista.

Além de Walbert, o BUS entrou em contato com alguns dos excluídos do quadro arbitral e de mesários da Federação, alguns deles preferiram não opinar, por acharem que “essa é uma ação frustrada e desesperada do presidente da FMB”, para eles, “Rodrigo só quer chamar a atenção da mídia”. 

Outros, pediram para não incluírem seus nomes na matéria temendo represálias da FMB. Mas disseram em off que “essa ação do presidente é uma retaliação aos oficias que migraram da FMB, para a Liga de Basquete Maranhense-LMB”.  O BUS entrou em contato com a presidente da LBM, Arnaldo Murad, mas ele preferiu não se pronunciar sobre o assunto.  

Alguns nomes da lista, não se intimidaram, e opinaram sobre suas respectivas exclusões. Um deles é o professor de educação física Fábio Urubatã.  Ele explicou que por ser educador físico com expertise no basquetebol, pode trabalhar em diferentes segmentos do esporte, portanto, incompatível com as normas da FMB e CBB, a qual que exige ao árbitro que apite somente eventos ou jogos chancelados pela entidade.

“O saudoso Tainha é uma pessoa que foi uma referência para mim como adulto, professor, arbitro e amante do basquete master. Um grande árbitro de basquetebol.”

Quanto ao ato administrativo que foi dado publicidade referente a árbitros Inativos, Fábio que também é bacharel em Direito, disse que “o presidente está respaldo pelo regimento da CBB e FMB. Mas, quanto a Tainha é uma grande falta de sensibilidade”. 

O árbitro disse que enquanto amante do Basquetebol e participante e construtor desta história, existe a pouca valorização da história dos que fazem o basquete e que isso se reflete em toda a categoria. 

“Quando não é dado o devido valor a aquela ou aquele por contribuir com a sociedade, é desmotivante. Acredito que o basquete precise mais de ações que possam valorizar esse esporte, temos que fazer a nossa parte e sermos o melhor e não temos que aceitar tudo que nos colocam à frente. Sendo assim, o que temos que fazer é qualificarmos e trabalharmos da forma que acreditamos".

Fabio disse ainda que “segue na luta pelo desenvolvimento e valorização deste esporte maravilhoso, chamado basquetebol”. Ele orientou os árbitros excluídos a continuarem sua jornada. 

Digo a todos que não desistam! Hoje temos um mercado de trabalho no basquete mais diversificado (master, escolar, universitário e participativo). Quanto as ações da atual gestão, cabe aos clubes filiados e em dias com suas obrigações estatutárias decidirem o que é melhor para a FMB”. 

Outro árbitro excluído foi Cláudio Silva Aguiar. Ele classificou o ato do presidente da FMB como “uma atitude arbitrária, sem escrúpulos, de uma entidade que não sabe reconhecer os seus pares que tanto contribuíram para a Federação chegar aonde chegou”.  O arbitro lembrou que para atual gestão acontecer, foi à custa de muito sacrifico da arbitragem. “Nós trabalhávamos em condições adversas, abdicando de horários e de outros afazeres. Portanto, um gestor desses não sabe o que está fazendo”.  

Quanto a exclusão do saudoso Taínha, Cláudio falou que “a Federação deveria era homenageá-lo, como o faz a AVAB-MA todos os anos, por meio da Copa Tainha. A FMB nunca se prontificou em apitar Copa Taínha". 

Ingratidão tira a afeição

Claudio relatou que já está suspenso da FMB a mais de dois anos em represália ao fato dele ter apitado um jogo comemorativo dos 26 anos da AVAB-MA no Rangedor, evento este não chancelado pela Federação. 

“Eu já fiz muito pela Federação. Enquanto ninguém queria ficar, eu fiquei. Quando o finado Tito fundou a Liga [Liga de Basquete Maranhense –LBM], os árbitros migraram para lá. Ficou só eu e Mauro do Maiobão. Treinamos mais dois árbitros, Orlando veio do interior e fizemos o JEMs por três anos. Quando eu vi meu nome na lista, comprovei que a ingratidão tira a afeição. Eu me senti menosprezado, atirado às traças por um cara que não tem um pingo de escrúpulo. Esse é o sentimento que tenho por esse gestor. Um cara autoritário, manipulador que quer fazer da Federação o quintal da casa dele”, desabafou Cláudio.

Já Fredson Henrique do Nascimento Serrra, outro excluído, único árbitro da Liga de basquete que concordou em falar ao BUS, acredita que a exclusão é a uma retaliação aos árbitros que se afastaram da Federação por conta da má gestão do atual presidente. 

“Todos nós sabemos o comportamento dessa ‘figura’ que está à frente dessa Federação atualmente. Um cara fora do padrão, que só faz desmerecer o basquete. Ele faz o que puder para dificultar a filiação de um clube que não se alinhe ao pensamento dele. Ele leva as coisas muito para o lado pessoal.”  

O árbitro confirmou os rumores que a referida exclusão tenha como motivo principal, uma retaliação aos árbitros que saíram da Federação para a LBM. “Com certeza é uma retaliação, não só contra a LBM, mais também aos árbitros que não fazem parte dos quadros da Federação. Isso acontece com os atletas, com os clubes. Se eu faço uma seleção maranhense, eu coloco os melhores e não só aqueles que eu quero”, revelou Henrique.


O presidente da Agencia Executiva Metropolitana, o arquiteto Leônidas Araújo da Silva, jogou basquete na adolescência com Tainha no colégio Batista. Ele disse não conhecer o histórico do atual gestor da FMB, conhece sim, o pai os tios dele.

“O professor Rubem Gourlart [avô de Rodrigo] foi referência no basquete maranhense assim como também o Cel. Alves.
Ele tem que conhecer melhor a história de Tainha como pessoa e o que fez. Temos que reconhecer a história de cada. Esta bola dividida é ruim só para o esporte. O caráter no esporte é básico”.

O irmão de Tainha, Paulo D’avilla preferiu não opinar sobre o assunto, mas não se furtou em dizer que “ninguém pode apagar a história do seu irmão Tainha, assim como dos demais. Principalmente, os que já estão em outro patamar”.
 
Parecer do especialista em Direito Esportivo

O BUS - Blog do Uerbet Santos, consultou o especialista em Direito Esportivo, o advogado Haroldo Soares,  o qual acaba de ser homenageado pela Federação Acadêmica Maranhense de Esporte - FAME, pelos relevantes serviços prestados ao desporto educacional em 2023.

O advogado Haroldo Soares é destaque no desporto educacional 

Este assinalou que a decisão administrativa do atual presidente da FMB se sustenta, pois, está balizada pelo art. 16º do regimento interno da Federação Maranhense de Basquetebol, o qual é claro ao dizer que “o oficial de quadra ou oficial de Mesa que permanecer por mais de 90 dias afastado do exercício da arbitragem, sem justificativa, estará automaticamente excluído do quadro de árbitros da FMB”.



Além disso, este destacou que o ato está de acordo com o regimento interno do departamento de arbitragem da Confederação Brasileira de Basketball – CBB, no tocante as penalidades, a qual prevê no art. 15, § 2º, alínea “b”, no qual prevê a exclusão do quadro de oficiais da confederação, caso deixe de atuar por mais de dois anos consecutivos, respeitados os prazos de licenciamento. 

Ademais, o Jurista consultado observou que “caso na lista de excluídos tenha oficiais que atuaram em jogos de equipes ou competições que não sejam chanceladas pela CBB ou que não sejam filiadas à sua Federação ou CBB, sem comunicação e autorização prévia”, a penalidade deve estar de acordo com o art. 15, § 1º, alínea “a”, do regimento interno do departamento de arbitragem da Confederação Brasileira de Basketball – CBB, que prevê afastamento de 30 a 120 dias, podendo ser estendida por até 365 dias, em casos de reincidência."

Alguns oficias de arbitragem, gestores de entidades ligadas ao basquete e atletas master e o especialista em Direito Esportivo consultado, são unanimes em afirmar que “mesmo que o ato  da FMB  esteja de acordo com a legislação vigente,  poderia ter agido com mais sensibilidade de forma a evitar a exposição pública e desnecessária da imagem dos 45  excluídos (falecido, muito tempo sem atividades, afastados e àqueles que infligiram o regimento interno na entidade, por atuarem em competições não chanceladas pela FMB)."

Por tal razão,  deixam uma  reflexão para os futuros gestores do basquetebol maranhense: “É importante que façam a atualização do regimento interno da Federação Maranhense de Basquetebol, adotando os critérios de classificação de árbitros nacionais (CBB) e internacionais (FIBA), dispostos no art. 5º do Regimento Interno do departamento de arbitragem da Confederação Brasileira de Basketball – CBB, dividindo estes em ativos e inativos, promovendo com isso a inclusão e resguardando o direito à memória construída na instituição pelos seus membros, mesmo que já inativos”.

Confira a  íntegra da nota de chamamento dos oficiais!



Confira a lista dos excluídos!



Após s publicação da matéria, o  presidente da FMB emviou mensagem de texto para o BUS. Ele se disse aliviado com o bom censo dos juristas, no entanto, informou que a lista  dos excluídos vai aumentar.

"Ufa, achei que os juristas iam dizer que eu estava errado! Informo que vão ter mais nomes que por descuido não entraram nessa relação. Porque para nós é apenas uma questão administrativa. 

O gestor disse ainda que vai assinar o 3° reajuste dos oficiais em 3 ano, pois o reajuste salarial da categoria é de acordo com a inflação. Rodrigo concluiu  sua mensagem com uma provocação.

"Pergunto: em algum momento,  os que dizem respeitar a história de árbitros, fizeram algo parecido por eles ou só se aproveitaram da entidade mesmo?".
Eis a questão!

A trajetória de Tainha no basquete maranhense



A foto montagem acima é um registro raro de Tainha no basquete maranhense. Mostra o time de basquete infanto do colégio Batista, treinado pelo professor Hermilio Nina. Integravam a equipe, homens públicos, como o atual governador do Maranhão, Carlos Brandão e o presidente da Agencia Executiva Metropolitana - AGEM, o arquiteto Leônidas Araújo. Este destacou que no ano da foto (1974/75) eles foram campeões dos Jogos Escolares Maranhenses –JEMs.


Pres da AGEM - Leônidas Araújo 


“Fomos colegas de colégio Batista, nossos pais eram militares e naquela época tínhamos um privilégio das viaturas irem nos buscar no colégio e deixar. Na viatura iam meus irmãos e os irmãos de Carlos Alberto, não o chamávamos de Tainha. Ele e os irmãos empinavam papagaio na praça Duque de Caxias juntamente com nosso governador [Carlos Brandão]. Quando caia papagaio no 24º BC, o filho do então Major Alves tinha autoridade para apanhar os papagaios dentro do quartel”, puxou da memória Leônidas.

“Eu era técnico de basquete do colégio Batista quando em 1975, a família do Cel. Alves, que havia sido meu técnico no JEBS de 1972, retornava à São Luís vindo de Porto Alegre-RS. Seus filhos Tainha, Paulo e Tonico [falecido] vinham do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA). Tainha e Tonico já tinham uma boa base no Basquete ficando fácil integrá-los nas equipes do Colégio Batista. Tainha jogando na posição de pivô, ficou na seleção Juvenil e Tonico na Infanto. Paulo preferiu treinar handebol com o professor Vitché, mas já no ano seguinte também foi para a seleção do colégio Batista Infanto”, recordou Hermílio Nina.

Hermílio Nina, presidente da AVAB-MA 

Hermílio lembrou também do momento no qual o virginiano, nascido em 9 de setembro de 1958, deixou de ser jogador para ser treinador e árbitro.

“Tainha jogou só em 1974, pois em 1975 já se dedicava a treinar equipes das escolas do Ateneu e Santa Teresa. No ano seguinte, fez curso de arbitragem promovido pela FMB, no qual se formou junto com Walber, Santana e Orlando. A partir daí apitou inúmeros JEMs em suas fases da capital e interior, além de Campeonatos Brasileiros de Base”.

Nina destacou também, um pouco da personalidade de Tainha. “Com todas essas atividades, Tainha era uma pessoa amável e dedicada, sua companhia sempre agradável, principalmente nas famosas peladas de basquete no Ceuma”.

As ‘peladas’ no Ceuma que Hermílio se refere, com a participação de Tainha, aconteceram em 1996, mas foram idealizadas por Mauro Fecury e Jose Reinaldo Tavares desde 1994, com outros pioneiros, entre eles: Fabiano e Marcos Vieira da Silva, Fernando Sarney, Cláudio Vaz, Miguel e Clovis Fecury, Aziz Tajra, Ricardo Zenni, Gilberto Aroso, Hermílio Nina, Zeca e Filomeno Nina, Rubem e Raul Goulart, Eduardo e Antônio Macieira, Joaquim Nagib, Tainha e Paulo D’Ávila, Alexandre Falcão, Espirro, Luís Fernando, Olivar, Bernardo e Álvaro Leite.

Tainha (o n°14 em pé) em jogo no Ceuma 

Diante da necessidade do Maranhão em participar dos Campeonatos Brasileiro e Norte/Nordeste de Basquete Master, em 27 de fevereiro de 1996 foi fundada a Associação de Veteranos e Amigos do Basquete do Maranhão (AVAB-MA), cujo primeiro presidente foi Carlos Alberto Alves Junior (Tainha).

“A AVAB-MA deve muito a essa grande figura do nosso basquete e anualmente, promovemos uma Copa em sua homenagem” agradeceu Hermílio e informou ao BUS que a edição deste ano da Copa Tainha está prevista para iniciar em meados de fevereiro.

“Ele era, antes de tudo, um grande amigo, nas demais atividades, seguia os ensinamentos de casa, do pai e da mãe, continuando a manter-se na mesma linha do seu caráter e personalidade, procurando desenvolver todos aspectos com dignidade, justiça e honestidade, foi um atleta disciplinado e com elevado espírito de equipe, passou menos tempo do que podia nessa função, pois sempre teve uma grande briga com a balança, migrando para à arbitragem, onde foi um árbitro muito eficiente e onde as equipes em jogos, sempre o queriam, já que tinham a certeza de uma arbitragem limpa e imparcial, além da excelente qualidade da aplicação das regras!”, disse o  professor Paulo Tinoco sobre Taínha.

Tainha entre Paulo Brecha, ex-técnico e árbitro e Ferreirinha, ex atleta e ex técnico.

Sobre a briga de Taínha com a balança, o assessor parlamentar da Assembleia Legislativa do Maranhão –Alema, José Miranda (Gafanhoto), cuja irmã é casada com Paulo Dávilla (irmão de Taínha), citou uma pista da origem desse conflito.

“Junior [Miranda nunca o chamava pelo apelido] e Anizinho chegavam às 11h na Churrascaria do gaúcho Germano, no Posto de Jurandir, para comer churrasco e só saiam de lá por volta das 17h. Então, diante do apetite da dupla, Germano disse: ‘rapazes vocês acabaram com as picanhas e muito mais... ...quando vierem novamente, me avisem de véspera para eu dobrar a compra das carnes [risos]”.

Miranda foi coordenador de esportes da Sedel, enquanto Taínha coordenava a arbitragem, em várias edições dos JEMs em Imperatriz e Caxias, naquela época, Gafanhoto disse nunca ter recebido uma reclamação de Junior. 

Tainha, abraçado por Jorge Gobel, Zé Costa, Chicó e  seu irmão Paulo, em níver de Gobel.

“Junior foi um desportista disciplinado, enquanto árbitro de basquetebol era respeitado tecnicamente e com moral, pois não se deixava contagiar pela amizade. Ele não misturava lazer com trabalho. Com Junior, o fechamento da sumula era criteriosamente conferido”, concluiu Miranda.

Carlos Alberto Ferreira Alves Junior (Tainha)
*09/09/58  +05/05/2010

Por Uerbet Santos
Fotos de época: arquivo dos amigos de tainha
Fotos atuais: reprodução/internet

3 comentários:

  1. Tainha era um ser humano admirável! Sempre agradável, grande senso de humor e em 1983, foi o responsável pela delegação que foi ao Zonal em Teresina, detalhe, ele foi dirigindo o micro-ônibus e ele sempre um eterno brincalhão!! Tainha é um dos principais nome da história do nosso basquete.

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  2. Walber Macieira Martins, estou nesta lista de excluídos do quadro da FMB, fui aluno do saudoso Tainha, homem íntegro, comecei apitar com 13 anos de idade, mini- basket e a mais de 20 anos de arbitragem, foram muitas viagens e competições em todo o Brasil, não só eu, mas todos que fizeram a história da arbitragem do Maranhão estão nesta lista de exclusão. Lamentável isso tudo, agora esperar o que dessa gestão?

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  3. Basquete no MA é o seguinte: Uma pessoa que tá afim de montar um time/competição, chama a panela dele pra jogar de graça com os demais, aliás você enquanto jogador paga a arbitragem, o técnico, o local, os treinos, tênis caro, equipagem e no final, independente de ser A, B ou C, a bem querer (lê-se EGO) manda e desmanda como se fosse o General Maneger do basquete MA sem ao menos te falar previamente. Mas só acontece basquete aqui e em qualquer outro lugar, pq tem uma galera que se disponibiliza a fazer-lo e esses sim, deveriam criar os próprios jogos e campeonatos e não ficar alimentando o ego desses "vampiros" do esporte.

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