10/01/15

RETROSPECTIVA DOS JOGOS ESCOLARES DA JUVENTUDE ETAPA 12 A 14 ANOS. FORTALEZA 2015

#JOGOS ESCOLARES

Nove dias que valeram ouro para os mais de 3800 jovens que participaram da maior competição estudantil da América Latina. A Próxima edição será entre 12 e 21 de novembro, em Londrina e Maringá, no Paraná, para atletas de 15 a 17 anos.

Atletas do time Brasil e também embaixadores dos Jogos Escolares acendem a Pira Olímpica
"Sou capaz da vitória humilde e da derrota nobre. Tenho no esporte o amigo mais certo e leal."  Esse é um pequeno trecho, de um texto que representou bem o que espirito dos Jogos Escolares da Juventude, etapa 12 a 14 anos, realizado em Fortaleza-CE, entre 3 e 12 de setembro. Sobe o título “Sou atleta”, está escrito, em destaque, na parte interna da parede de entrada do Ginásio Mário Cavalcante do Colégio Militar de Fortaleza, onde foi realizada o torneio de basquete masculino e feminino do Grupo 2  

O Mestre da Cerimônia de abertura dos Jogos Escolares, Flávio Canto
Nos nove dias de competições, em 13 modalidades, somados os esportes individuais e coletivos, de fato, houve um “amigo mais certo e leal” em comum, uma presença constante, como destaca o letreiro no Ginásio: o espírito esportivo. Este, em sua forma mais empírica, foi o fio condutor das inúmeras provas de superação vivenciadas por jovens atletas, familiares, organizadores e colaboradores durante os Jogos Escolares.

Desde a solenidade de abertura, quando a Pira Olímpica foi acessa, até o apito final da partida de vôlei que encerrou os Jogos Escolares, o espírito esportivo, mostrou suas múltiplas facetas, ao evidenciar em atletas reações e sentimentos controversos, como ganhar com humildade ou perder com nobreza.

Índias da etnia Xerente representaram o futsal do Tocantins.
As meninas indígenas do Tocantins são exemplo dessa “perda nobre” que ilustra o comentário. Tímidas diante de uma entrevista ou para tirar uma foto, mas guerreiras dentro da quadra. Foram terceiro lugar no Futsal feminino. Para a etnia Xerente, que carregam no sangue e no sobrenome, as meninas de bronze valeram ouro nos Jogos Escolares.
Dos nove atletas da equipe masculina de futsal do Tocantins, representada pelo Centro Educacional Frei Antôni, sete tem origem indígena. Um deles, Waikanosem Xerente, de 14 anos, também brilhou nos Jogos Escolares e foi convidado para treinar na equipe de futebol sub15 do Criciúma-SC.

O Gigante de Pernambuco, imbatível no tatame
O que dizer do Gigante de Pernambuco, com 1,93m de altura, 145kg, Leonardo Santana, de apenas 14 anos, senão, que foi humilde na vitória. Leo, mesmo confirmando seu favoritismo e conquistando o bicampeonato de judô na categoria pesado, ainda no tatame, no furor da conquista, ao invés de comemorar o feito, ficou solidário com o estado de saúde do seu adversário (que sofreu uma grave lesão no joelho durante a luta).

Seleiro de revelações

Maria Eduarda, de 14 anos, maior medalhista da natação com sete de ouro 
A resposta da juventude quanto submetida aos estímulos saudáveis que o esporte proporciona produz resultados imediatos. A etapa de 12 a 14 anos dos Jogos Escolares em Fortaleza é o reflexo de um seleiro de novos atletas de alto rendimento que estão em formação. Exemplos não faltam.
Um desses nomes que despontaram nos Jogos Escolares foi o da estudante do Colégio Criativo-SP, Maria Eduarda Sumida, de 14 anos, maior medalhista da natação com sete de ouro e maior vencedora de todas as modalidades individuais da edição 2015 dos Jogos Escolares. “A minha principal característica é a determinação. Fazer o que eu faço é muito difícil. Eu vi muitas colegas desistirem. Eu insisti e para chegar aonde eu cheguei tem que ser determinada”, declarou a nadadora.

Kamila Soares  de 1,97m tem proposta pra jogar em Portugal
Outras duas revelações surgiram do basquete, onde a altura dos atletas faz a diferença quando também equacionada com a qualidade técnica. No masculino, o destaque é Matheus Maciel, de 14 anos e 2,04m, do Colégio Amorim-SP, o atleta mais alto da competição, que joga há apenas um ano e meio, mas tem uma performance de quem pratica a modalidade a um bom tempo.

Já no feminino, quem fez a diferença, foi a pivô Kamila Soares, com 1,97m, aos 13 anos, estudante do Colégio Ícone de Montes Claros-MG, atleta mais alta do torneio feminino de basquete que já tem proposta para jogar em Portugal neste fim de ano.
Mas, não só os destaques individuais prevalecem nos esportes coletivos, no vôlei feminino, por exemplo, a união do grupo foi fundamental para a equipe do CEL (RJ) conquistar uma medalha de ouro da primeira divisão do torneio e se tornar pentacampeã da competição.
O espírito olímpico também se vestiu com o uniforme da superação. 

Os guerreiros da equipe mista de luta greco-romana da Paraíba 
Foi o que aconteceu com a equipe mista de luta olímpica da Escola Municipal Francisca Mourão, da Paraíba, que, em meio as dificuldades para treinar e participar da competição, conseguiu superar as adversidades, tanto fora quanto dentro do tapete, e foram campeões na modalidade.  A lutadora, Lesly Silva, de 14 anos, definiu bem o espírito da equipe: “Nunca desistimos dos nossos sonhos, no esporte e na vida”.

Vitor Amorim, campeão do torneio individual de xadrez


Outra faceta, do chamado espirito olímpico, na edição de Fortaleza dos Jogos Escolares foi protagonizada por Vitor Amorim, de 13 anos, do Colégio Atena, de Minas Gerais, campeão do torneio individual de xadrez. Vitor iniciou na modalidade aos seis anos, por uma necessidade da sua mãe, Nilza Amorim, professora de matemática, que não tinha com quem deixá-lo enquanto trabalhava. A solução foi matriculá-lo em uma escolinha de xadrez onde tomou gosto pela modalidade. O resultado não tardou a vir. Aos 11 anos ensinou vários colegas a jogarem xadrez. Um deles, Luiz Felipe, foi campeão sub-10 de Araxá-MG logo no ano seguinte, Vitor foi o campeão.

A primeira medalha cearense


 Rômulo Muniz, 14 anos, ganhou o 1º ouro para a equipe de Fortaleza-CE
Uma situação inusitada vivenciada nos Jogos Escolares foi quando, na tarde daquela sexta-feira, dia 4 de setembro, pela primeira vez, uma medalha de ouro bateu à porta de Rômulo Muniz, 14 anos, do Colégio Municipal do Corpo de Bombeiros de Fortaleza, cidade-sede dos Jogos Escolares.  O judoca foi o primeiro competidor individual cearense a ganhar uma medalha de ouro na competição. Conquista esta, que lhe rendeu frutos imediatos. A partir de janeiro de 2016, o atleta vai integrar a seleção brasileira escolar na cidade de Pindamonhangaba-SP.

Nas arquibancadas também encontramos iniciativas que fazem dos Jogos Escolares formam uma grande família desportiva, comprovando que não basta ser pai, tem que participar. Um desses exemplos é a caravana de familiares torcedores de São Luís do Maranhão. O grupo, além de torcer para o time feminino de basquete do Colégio Educallis, levaram na bagagem para os ginásios de Fortaleza um pouco da cultura maranhense, numa festa de sons e cores, pandeirões e matracas marcaram o ritmo da torcida, enfeitada com chapéus de brincantes do bumba-meu-boi.


Não basta ser pai  tem que participar
Outra demonstração da participação dos pais, enquanto torcedores, durante os Jogos Escolares, foi a eufórica caravana de 20 pais torcedores de Santa Catarina, que incentiva os filhos em cinco edições dos Jogos Escolares. Uma iniciativa da Associação de Pais e Professores da Escola Municipal Professor Erwin Prade, que, desde 1984, estimula interação dos familiares nas atividades extraclasse dos filhos.


O Jogos Escolares em números.

Comitê de imprensa dos Jogos Escolares da Juventude
Os Jogos Escolares, etapa de 12 a 14 anos, em Fortaleza-CE, também foram escritos em resultados. Muitos recordes e marcas foram superadas nas pistas de atletismo, nas raias da natação e nos aparelhos de ginastica. Seja, nadando, saltando, lançando, arremessando, dançando ou fazendo evoluções nos aparelhos de ginastica, é inegável o poder de superação desses jovens atletas. Mas, uma competição dessa envergadura também computa números dignos de recordes na sua estrutura organizacional.

·         9 dias de competição
·         4.500 participantes
·         3.850 atletas
·         Mais de 1.300 escolas de todo o brasil
·         350 voluntários
·         400 árbitros
·         500 pessoas no Comitê Organizador
·         13 modalidades esportivas
·         11 locais de competição
·         29.000 diárias de hotel
·         55.000 refeições servidas


Fair Play
O chamado fair play do esporte, que é a troca de gentilezas entre os adversários, também aconteceu fora das áreas de competição, através da troca de pulseiras, entre os participantes nas cores dos elos olímpicos. O troca-troca de pulseiras promoveu a interação entre os jovens, estimulando a lembrança dos bons momentos vivenciados, seja no centro de convivência, nos alojamentos, refeitórios, nas arquibancadas ou competindo. O resultado dessa interação foi o estreitamento de laços de amizade que aproximou os diferentes sotaques e culturas dos 26 estados da Federação, do Distrito Federal que também ecoou além das nossas fronteiras, com participação dos nossos “hermanos” argentinos. 
Dentre os muitos ensinamentos deixados pelos Jogos Escolares em Fortaleza, talvez o mais relevante seja que, a união entre cultura, educação e esporte é o caminho mais curto para se obter resultados na construção da cidadania, base para a formação de valores humanos solidários e comprometidos com uma convivência harmônica com as diferenças culturais, étnicas e de gênero entre os povos.

A Próxima edição será entre 12 e 21 de novembro, em Londrina e Maringá, no Paraná, para atletas de 15 a 17 anos.

Entre 12 e 21 de novembro Pira Olímpica dos Jogos Escolares Brasileiros será acessa nas cidades de Londrina e Maringá (PR) que receberão a etapa para atletas de 15 a 17 anos. Para essa faixa etária, o vôlei de praia substitui o badminton.  Onde, mais uma vez, jovens atletas, terão a oportunidade de exercitar nessas olimpíadas juvenis, a máxima eternizada pelo fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna, o Barão de Coubertin “O importante é competir”.


Quando os atletas estudantes, de 15 a 17 anos, receberem o bastão no Paraná e a maior competição estudantil da América Latina começar, estarão também, tendo a oportunidade de, no futuro, fazerem parte da lista 75 atletas que passaram pelos Jogos Escolares que hoje se somam aos 304 atletas do Time Brasil nas modalidades que integram o programa dos Jogos Pan-americanos Toronto 2015. A exemplo da campeã olímpica Sarah Menezes e a campeã mundial Mayra Aguiar, ambas do judô, que também tiveram nos Jogos Escolares uma base de referência para despontarem como atletas de alto rendimento.

Educação, Cultura e Cidadania aliada a boa prática esportiva são marcas que identificam os Jogos Escolares da Juventude. Em Londrina e Maringá, no Paraná, os atletas terão a chance de pôr em pratica esses conceitos e também contribuírem para que o sentimento que o Barão de Coubertin teve quando criou os Jogos Olímpicos continue vivo. “Que a Tocha Olímpica siga o seu curso através dos tempos para o bem da humanidade cada vez mais ardente, corajosa e pura”, Pierre de Coubertin.

Os Jogos Escolares da Juventude foram organizados e realizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), correalizados pelo Ministério do Esporte e Organizações Globo, com apoio do Governo do Ceará e da Prefeitura Municipal de Fortaleza e patrocínio máster da Coca-Cola.

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www.cob.org.br

Uerbet Santos
Fotos: Divulgação/COB










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