5/08/17

Junho é o mês decisivo para o futuro do basquetebol brasileiro

                          
                       
Falta de investimentos na base, compromete a revelação de talentos

“21 de junho de 2017”.  Essa é uma data aguardada com expectativa pelos amantes da bola ao cesto, clubes, dirigentes, atletas e árbitros ligados à Confederação Brasileira de Basketball – CBB. Nesse dia, a Federação Internacional de Basketball – FIBA, analisará se retira ou não a suspensão imposta à entidade. Foi o que informou, o vice-presidente da CBB, Manoel Cid Castro.

Segundo Castro, com a suspensão, o basquete nacional, está de fora, de três competições internacionais masculinas e três femininas com a chancela da FIBA (Sul-americano sub-17, Campeonato Mundial sub-19 e a Copa América). “O grande problema nosso é que nós temos uma geração de 17 anos, que pode se perder, pronta para jogar o sul-americano e ano que vem, com 18 anos, jogar a Copa América e depois o Mundial sub-19. Isso é muito ruim pra gente”, lamentou Cid.

Em nota oficial, o presidente da CBB, Gui Peixoto Junior, declarou que a sua gestão deu um passo importante na última visita à sede da FIBA, onde foi apresentado um plano de ação e tudo que vem sendo feito para reerguer a CBB. Declarou ainda que, para reverter esse quadro, vai entrar com um pedido junto a FIBA para não ficar de fora dos campeonatos de base.

Da esq. p/ dir: Presidente e vice da CBB em visita ao Museu do Esporte

Manoel Castro está otimista quanto ao fim da suspensão imposta pela entidade. O dirigente disse que para esse desejo vire realidade, na reunião de 21 de junho, a CBB terá uma nova chance de expor suas ações de revitalização do basquete brasileiro. “Para resolvermos essa questão delicada, realizamos um workshop de três dias, onde vários compromissos foram firmados. Nos comprometemos, emergencialmente, por exemplo, a fazer uma auditoria nas contas da CBB, criar um plano de reestruturação financeiro e fiscal, realizar os campeonatos de base além de pagarmos a dívida da CBB com a FIBA”, declarou.
Para entender o caso

O cancelamento de  etapa do Mundial 3X3 motivou suspensão da CBB

Como já foi divulgado na mídia, a nova administração da CBB, eleita para o quadriênio 2017-2021, presidida por Guy Peixoto, herdou da gestão anterior (Carlos Nunes) uma dívida de mais de R$ 17 milhões com a FIBA. De acordo com a assessoria da FIBA, esse não foi o fato principal da suspensão, mais sim, a má gestão de antecessor de Guy, que cancelou uma etapa do Mundial 3x3 (World Tour) e não levou o Brasil para os Campeonatos Sul-americanos Sub-15 Feminino e Masculino

A seleção feminina de basquete também vem amargando fracassos 

Na visão de Manoel Castro,”os resultados negativos do Basquete Brasil no cenário mundial são reflexos da falta de gestão”. De fato, é público e notório que a seleção masculina, por exemplo, que sempre se destacou entre as modalidades olímpicas Brasileiras é tricampeã, em não participação de Olimpíadas (Sydney-2000, Atenas-2004 e Pequim-2008). Em Londres-2012, conquistou o 5º lugar e só participou do Mundial-2014 (Espanha) porque foi convidada. Para selar o fraco desempenho da equipe masculina de basquete em duas décadas de competições, foi eliminada nas Olimpíadas Rio-2016, ainda na fase de grupos.


Prioridades da nova gestão.

Manoel Cid disse que para colocar o basquetebol, de novo, na rota das competições e títulos internacionais e tirá-lo dessa crise que se encontra, dentro e fora das quadras, "é necessário que a CBB faça o dever de casa", ou seja, volte a investir nas categorias de base. “Já estamos programados para iniciar no segundo semestre deste ano, a reativação dos campeonatos de Base de Seleções Estaduais nas faixas etárias sub-13, sub-15, sub-17 e sub-19”, pontuou.
Com 17 federações, a diretoria da CBB tem muitos desafio pela frente
O vice da CBB detalhou também, outros pontos importantes da atual gestão que irão contribuir para que a CBB saia da maior crise financeira e administrativa dos seus 83 anos de história.  “A curto prazo, nossa principal missão é restabelecer a credibilidade da CBB junto a entidades como o Ministério dos Esportes, o Comitê Olímpico Brasileiro - COB, a FIBA e a patrocinadores estatais e privados e, principalmente, recuperar a saúde financeira da entidade”.

Projeto Atletas do Futuro será retomado pela CBB após oito anos parado

Manoel Cid informou ainda, que a médio e longo prazo, a CBB irá pôr em prática um amplo projeto, com ações efetivas para “levantar a bola laranja do basquete Brasil”, com foco nas federações estaduais.  “Fazem parte também do nosso leque de ações para esses quatro anos, a modernização da gestão na CBB com transparência total às informações financeiras, administrativas e técnicas da Confederação, a implementação do centro de treinamento de excelência para seleções de base e adultas, a implantação da Universidade do Basquetebol, a criação do conselho de notáveis, da TV CBB e a reativação do projeto Basquete do Futuro em todo o Brasil, que há oito anos não funciona, entre outras atividades”, concluiu Castro.

Perfil do novo presidente da CBB


Guy Peixoto, 56, Natural de Belém-PA. Jogou no Remo, Paysandu, Monte Líbano, Corinthians e foi campeão sul-americano pela Seleção Brasileira. Graduado em administração pela UniSantanna é atualmente é CEO do Grupo Horizonte, empresa especializada em transportes.

Outras informações: no site oficial da CBB:   www.cbb.com.br
  
Uerbet Santos
Fotos: Divulgação / transparência/CBB




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