No quinto dia das medições do tracking Vox Populi/Band/iG, Dilma Rousseff obteve 53% e José Serra 24% das intenções de voto |
"Há que se ter cuidado com as declarações sobre adversários. Foi dito que Mantega era correto e Lula estadista. E agora, José?"
Inspirado nessa critica do ex-prefeito do Rio e candidato ao Senado Cesar Maia (DEM) sobre os comentários elogiosos feitos pelo candidato José Serra ao Presidente Lula e ao ministro da Fazenda Guido Mantega, postado por Maia no twitter de Serra, parafraseei o poema de Carlos Drumond de Andrade, José”. Qualquer semelhança com a atual situação política do candidato tucano (prestes a perder a corrida presidencial para Dilma do PT ainda no 1º turno), não é mera coincidência.
José
E agora, José?
A Dilma disparou,
a luz a pagou,
o povo sumiu,
o palanque esfriou,
e agora, José?
E agora, você?
Você que tem sobre nome,
que zomba dos outros,
você que discursa
reclama, protesta?
E agora, José?
Está sem poder,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode mandar,
já não pode jurar,
punir já não pode,
a campanha esfriou,
o dia “D” não veio,
a faixa não veio
O voto não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?
Sem a chave na mão,
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Brasília,
Brasília não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
o jingle tucanense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro,
qual bicho do mato
sem Teogonia
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Parafraseado do Poema "José".
Carlos Drummond de Andrade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário