9/09/14

AQUI, HÁ 402 ANOS O AMOR NASCEU E É FELIZ: SÃO LUÍS


Na Ilha do Amor, o amor nasce.
Fruto da paixão de nossa gente.
Refletida no olhar e em cada face
mulata, tupinambá, gente da gente.
Ilha morena, Juçara, sem disfarce,
brincante, amante, bem contente.

São Luís, minha Ilha do Amor, em festa.
Ao ritmo do bumba-meu-boi  ecoa, ecoa...
Matraca e pandeirão, zabumba e orquestra.
O cantador de bumba-boi uma toada entoa.
E cada brincante à dança, seu talento empresta.
Enquanto a brasa da fumaça pelos ares voa.

Os ritmos se misturam. Está feita a mais pura alquimia.
O tambor de criola é feito catuaba, envolve, entorpece.
O reggae, Ah... o reggae, esse sim contagia, inebria. 
O Cacuriá como um gole de tiquira, a alma aquece.
Chega as “quadria”, no “araiá”, o povo todo “bria”.
A dança portuguesa, com certeza, ningúem esquece.

São Luis vem me ninar com tua beleza.
Vem me embalar em tua rede de riqueza.
Vem me regar minha “fulô”, mãe natureza.
Vem me contar Histórias da tua pureza
Vem me dizer: “Te amo com certeza”.
“Hoje é teu Aniversário. Todos à mesa”!

És cercada de mar e amor por todos os lados.
Em teu berço de mirantes, vitrais e telhados,
habitam negros, índios, pobres e fidalgos
em becos e ladeiras, casarões e sobrados
e seus paredões de azulejos, todos tombados.
São motivos de orgulho e por todos admirados.
  
Upaon-Acú, São Luis do Mara, maravilha
Grande é teu Amor, pois és a grande Ilha.
Grande é a tua Praia, mercado de especiarias.
A mais variada e popular das mercearias
Ancoradouro da história e da cultura popular.
Tudo que o Estado produz é fácil de encontrar.

Deu muitos, muitos frutos a Ilha do Amor:
pitomba, babaçu e jenipapo (o melhor licor).
Aos versos de Alcione deram mais sabor:
“E fruta lá tem: Tem Juçara, abricó e buriti.
Tanja, mangaba e manga e a gostosa sapoti
e o caboclo da Maioba vendendo bacuri

O amor nasceu e nos mares de São Luis foi mergulhar.
Saiu da Ponta d’areia, São Marcos, Praia do Meio a nadar
Passou pelo Olho d’água, Araçagi e só na Raposa foi banhar
Conheceu a Praia de Panaquatira e São José de Ribamar
Pescada, serra, uritinga e camarão são frutos do mar.
Pra pegar caranguejo siri e sururu tem que se lamear.

O Amor cresceu bem alimentado pelas iguarias da bela Ilha.
Peixe frito com arroz de cuchá, torta de camarão, caranguejada.
São pratos tradicionais da culinária que passa de mãe pra filha,
Caldo de mocotó, sarapatel, caldeirada de camarão e peixada
são  estrelas que a saborosa cozinha regional da Ilha compartilha.
Nativa, turista ou qualquer outra pessoa que come, fica encantada.





Minha terra tem Flamengo, Moto, Mac, Ferrin e Sampaio Correia.
Minha terra tem palmeiras onde o poeta canta e o sabiá gorjeia.
Minha terra fala cantando e assim leva a vida e teu verbo veste.
Feita do labor e do furor da tua gente viril. que em ti crê e Investe.
Outrora rica, culta, agora simples, sincera. Unica. Apenas brasileira.
Que te faz viva, poesia pulsante e faz da Ilha do Amornossa bandeira.

Diz a marchinha que “São Luis vai virar Paris está por um triz”
Diz meu coração que essa francesinha é uma talentosa atriz
representando personagens com Histórias reais de final feliz.
Rainha do Maranhão. Capital da Cultura. Boa Musica de raiz.
Berço de “piquenos e piquenas” e da Z.B.M. farta em meretriz.
Regada a reggae, é assim minha Fulô de Liz. Parabéns São Luís!


(Por Uerbet Santos, Ludovicense, ou seja, nascido na Ilha do Amor, São Luis). 


8/27/14

Minha visão sobre o livro “Diante da dor dos outros” de Susan Santag

ARTIGO

Imagens do sofrimento são apresentadas diariamente pelos meios de comunicação. Graças à televisão e ao computador, imagens de desgraças se tornaram uma espécie de lugar-comum. Um exemplo diário dessa barbárie contra os sentimentos e a vida humana esta nas telas nos telejornais policiais, enquanto repórteres narram as fatalidades como assassinatos, atropelamentos, acidentes com vitimais fatais, etc., lá estão os curiosos, principalmente crianças, posicionadas  ao fundo da imagem (enquanto o repórter narra aquela cena fatídica), fazem gracinhas desprezado totalmente o sentimento de compaixão coma dor do próximo, ou melhor, cultivando uma postura “sangue de barata”, como se aquele acontecido fora uma cena comum no seu cotidiano. De fato o é! A onda de violência urbana  é  alarmante, talvez isso explique tanta convivência com cenas difíceis de digerir. Estamos sendo metralhados com imagens horripilantes e para nós isso parece absurdamente normal. Seria o Final dos tempos? ou a simples banalização da vida?
A resposta a estas e a outras indagações são levantadas em Ensaios sobre a fotografia, publicado no Brasil no começo dos anos 1980, onde a fotografa Susan Sontag abordou o tema que até hoje se discute. O ensaio mostra os horrores das guerras através dos tempos (desde As desgraças da guerra, de Francisco de Goya (1746-1828), até fotos da Guerra Civil Americana, da Primeira Guerra Mundial, da Guerra Civil Espanhola, dos campos nazistas de extermínio durante a Segunda Guerra, além de imagens contemporâneas de Serra Leoa, Ruanda, Israel, Palestina e de Nova York no 11 de setembro de 2001.)
Ao me debruçar sobre o livro tive uma percepção clara que a absorção dessas imagens, o efeito que eles produzem em nós expectadores, depende única e exclusivamente da forma como nós vemos o mundo. Se com o olhar da compaixão ou da indiferença.
Uma interessante análise sobre o livro de Susan, feita por alunos de jornalismo,  esta no vídeo abaixo:




Artigo por Uerbet Santos

7/31/14

A ESTÉTICA DA IMAGEM.


Quem nasceu primeiro o ovo ou a galinha? Essa é um tipo de dúvida que não gera dúvidas quando o assunto é a relação entre texto e  imagem. Em gênesis, na criação do mundo, o texto diz: " No principio era o  verbo" Mas o Homem, mesmo o das Cavernas, usava como forma de expressar-se, gestos, inscrições rupestres e só muito depois começou a articular palavras. Portanto, a máxima " uma imagem vale mais que mil palavras" é a  confirmação de que a imagem veio primeiro que a palavra.

 A imagem é repleta de significado, de leituras, de expressões, fala por sí. É  uma linguagem visual universal que não precisa de tradutor. Outro exemplo do poder da imagem está nos roteiros escritos para Cinema onde a plasticidade das imagens ganham força. O Cinema Mudo é exemplo desse gestual comunicativo da imagem. 

Mesmo no Cinema falado a imagem se veste de subtexto, ganhando um aspecto subliminar, sublime e substantivo para a trama ao  indicar diferentes emoções e sentimentos dos personagens. Ou seja, sem falar a imagem diz tudo. Pose ser  num simples gesto de carinho, numa lágrima que cai  ou  em um sorriso apaixonado. Se o Cinema é o olhar sobre o homem, a fotografia retrata essa alma captada pelo olhar. Eu vivo das palavras, mas a imagem me seduz! Então vamos a elas:


 Série "O céu é o limite". captada no Centro Histórico de São Luis -Ma ( Dez/2013.)








:

























Artigo escrito por Uerbet Santos. Fotos idem

4/24/14

JORNALISMO E O PAPEL SOCIAL NA MIDIA.

Da esq. p/ a dir.: Plinio Bartolotte, Francisco Júnior,
Afro Lourenço e Pedro Rocha.
“Jornalismo e o Papel Social na Mídia”. Este foi o tema do debate realizando ontem (23) no Auditório Via Corpvs no Centro Universitário Estácio-Fic, com a participação de Plinio Bortolotte, jornalista e diretor institucional do Jornal O Povo, Afro Lourenço, diretor da Acert (Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão) e Pedro Rocha, Jornalista e representante do Coletivo Nigéria e mediado pelo professor e coordenador do Curso de Jornalismo da Estácio-Fic, Francisco Júnior (Valente).

O evento faz parte da programação de comemoração do Curso de Jornalismo da Estácio pela passagem do Dia do Jornalista (sete de abril). Data escolhida para homenagear a classe. Nesse dia, pela primeira vez na história da imprensa nacional,  Hipólito da Costa, de Londres, passou a editar regularmente aquele que é considerado o primeiro jornal brasileiro: o Correio Braziliense ou Armazém Literário, que circulou de 1° de junho de 1808 a 1823 editando 29 volumes, pois à época a impressão de jornais e folhetins no Brasil era uma exclusividade da Coroa Portuguesa.

            LIBERDADE DE EXPRESSÃO.

Jornalista Sheherazade processada por
fazer comentário incitando apologia ao crime
Até que ponto vai à liberdade de imprensa? Com essa questão, o jornalista Plinio Bortolotte abriu sua participação no Debate. Com base em artigo publicado em seu Blog, fez uma relação entre a liberdade de imprensa e a “moda” de processar jornalistas, como exemplo citou o processo aberto por Gilmar Mendes, ministro do STF contra o Jornalista Rubens Valente onde Mendes contesta menções feitas a ele no livro Operação banqueiro, no qual o jornalista Rubens Valente narra os bastidores da operação Satiagraha (2008) e a representação aceita pela Procuradoria Geral da República feita da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) contra a jornalista Sheherazade, âncora do STB-Brasil por achar que ela fez apologia ao crime, incitando à tortura e ao linchamento ao defender em seu comentário um bando que agrediu e prendeu com uma trava um adolescente negro. 

O DIREITO DE DIZER O QUE ÁS PESSOAS NÃO QUEREM OUVIR.

George Orwell , o Pensador
Plinio citou frases de lideres mundiais e pensadores que deixaram evidentes posições, no mínimo controversas sobre o papel do jornal na sociedade, como por exemplo, a frase do 3º presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, dita quando ainda jovem com ideias libertárias: “Se pudesse decidir se devemos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, eu não vacilaria um instante em preferir o último. ” Já estadista, cunhou essa outra pérola que põe em dúvida a credibilidade na notícia jornalista: “Leio apenas um jornal, e assim mesmo mais pelos anúncios que pelo noticiário." E para reflexão, o jornalista falou o conceito de liberdade de expressão na visão do pensador George Orwell:” Se a liberdade significa alguma coisa, será, sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir”.

A VERDADE DOS FATOS. DOA A QUEM DOER

Explanaçãode Afro Lourenço diretor da Acert
Afro Lourenço, Diretor da Acert, ratificou alguns conceitos sobre a notícia e sua relação com profissão de jornalista, “O fato é a obra prima da notícia e o público quer que você diga o que de fato realmente aconteceu”. Lourenço falou sobre o papel transformador que o jornalista tem na sociedade. “A função do jornalista é nobre. Ele é capaz de mudar o curso da história. Doa a quem doer”, disparou Afro, citando o slogan usado pelo jornalista Cid Carvalho em seu programa de Radio diário no Grupo Cidade de Comunicação.

POLÊMICA: DEMOCRATIZAÇÃO NAS CONCESSÕES. 

Momento da apresentação do teaser do documentário
Com Vandalismo da Nigéria Filmes
“Há uma democratização na distribuição das redes de tevês pelo Brasil” A afirmação do Diretor da Acert, apimentou o Debate. O jornalista Pedro Rocha, apresentou dados do Coletivo Brasil de Comunicação Social (Intervozes) que apontam no sentido contrário. “No Brasil a mídia é monopólio de seis redes privadas com 138 grupos afiliados e 668 veículos entre Televisões, Rádios e Portais de Internet.” Iargo acredita que deve haver uma regularização democrática da mídia e um controle na distribuição dessas concessões principalmente para políticos. “O artigo 54 da Constituição Federal proíbe políticos de serem proprietários ou diretores de canais de TV e Rádio em firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, mais na prática isso não acontece”, alerta Pedro.

DIREITO DE RESPOSTA

A comunidade acadêmica compareceu em massa
 ao evento no Auditório da Via Corpvs.
Outro assunto polêmico no Debate foi direito de resposta. Estudantes de jornalismo presentes ao evento manifestaram sua indignação com alguns veículos de comunicação e seus critérios adotados para garantir a retificação do ofendido. O presidente da Acert esclareceu que o direito de resposta não é Lei e que os veículos aplicam o princípio da proporcionalidade. Ou seja, dar o mesmo espaço ou tempo de mídia utilizado pelo ofensor ao ofendido. 
Apuramos que já foi aprovado no Senado e foi encaminhado para a Câmera dos Deputados, projeto de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR) que disciplina o exercício do direito de resposta ou retificação do ofendido por matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social. O texto, no entanto, não garante resposta a comentários de leitores feitos em sites dos veículos de comunicação.
OUTRAS PAUTAS DO DEBATE

A Neutralidade de Rede, um dos pontos principais do Marco Regulatório da Internet, recentemente sancionado pela Presidente Dilma, a liberdade dos jornalistas nas redações na aprovação das matérias em desacordo com a linha editorial do veículo de comunicação e a busca de alternativas de mídia com foco no jornalismo investigado, (como é o caso da Nigéria Vídeos que produziu o documentário Com Vandalismo durante as manifestações que ganharam as ruas em junho de 2013), também estavam na pauta de debates.

Assista  o vídeo completo Com Vandalismo em:  http://www.youtube.com/watch?v=KktR7Xvo09s


Por Uerbet Santos
Fotos: Tebreu


Fontes:
http://blog.opovo.com.br/pliniobortolotti/
http://intervozes.org.br/
https://www.facebook.com/Nigeriafilmes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3lito_da_Costa










2/18/14

SEMINÁRIO DE PRODUÇÃO CULTURAL (PARTE 2)



                                                                                   
PRODUTOR CULTURAL.  O FAZ TUDO.

O segundo dia do Seminário “Produção Cultural Formação e Mercado: Perspectivas e Conexões” foi pautado pelas palestras e debates sobre produção e mercado. Foi  consenso entre os participantes do evento que existe um hiato entre o fato de se produzir e colocar esse produto cultural no mercado. É como bater um escanteio e fazer o gol de cabeça. É nesse campo que o produtor cultural atua. Ele cria, planeja, produz, comercializa e gerencia todo o processo de execução do seu produto cultural. Mais nada disso se iguala ao fato de ter que encarar (o todo poderoso patrocinador), com aquele ar de pedinte de fim de feira, a cata de migalhas. A antropóloga, Rachel Gadelha, mediadora no 2º dia do evento falou sobre essa postura submissa do produtor, “Antes de tudo, o Produtor Cultural tem que ter ciência de estar oferecendo um produto e que o investimento feito pelo patrocinador naquele produto terá um retorno através, principalmente, da imagem institucional da marca do seu produto ou serviço”. Nada de ser visto como um coitadinho que esta precisando de Ajuda! 

PRODUTOR CULTURAL NÃO É PEDINTE.

À frente da Via de Comunicação e Cultura, empresa de eventos que organiza ha 15 anos o Festival Jazz e Blues de Guaramiranga, Rachel Gadelha falou com a propriedade de quem teve de enfrentar muitos desafios para fazer do seu produto cultural um sucesso de crítica e de público. “Tenho a impressão que os produtores ainda estão muito voltados para os Editais e Leis de Incentivo, mais acho que devem ir além, pois um projeto cultural é muito maior do que esse pequeno universo das Leis. Todo projeto deixa um legado, uma marca é isso que deve se ter em mente”, desabafa Rachel.

LABORATÓRIO DE INTELIGÊNCIA SOCIOCRATIVA


 De fato o produto cultural é um se vivo e múltiplo. É o que defende um dos palestrantes do evento, André Martinez, fundador do Laboratório de Inteligência Sociocriativa.  Nosso objetivo é realizar investigação-ação independente com o propósito de desenvolver métodos de design e gestão de projetos sociocriativos: empreendimentos, organizações, políticas, estratégias e arranjos que busquem inovação social de forma sustentável e a partir de fluxos e processos criativos”. Partindo do princípio de que projetos sociocriativos são sistemas vivos que podem gerar novas perspectivas, são articulados  teoria e prática participativa para estudar os campos convergentes da gestão cultural, do desenvolvimento sustentável e da inovação. “Os métodos pesquisados pelo nosso laboratório são abertos e podem ser adaptados a um amplo espectro de aplicações incluindo ativação territorial, planejamento sistêmico, monitoramento, avaliação, sustentabilidade no impacto social e participação comunitária”, explica André.

EXPANDIDO O MERCADO DA MÚSICA BRASILEIRA

Em contraponto à teoria criativa apresentada por André Martinez, o palestrante e comunicólogo David Macloughlin diretor da BM&A – Brasil, Música e Artes apresentou na prática o projeto Brasil Music Exchange, procura estimular atividades e trocas de experiências no mercado musical, com o objetivo de encorajar e organizar ações de difusão internacional de música brasileira, atraindo divisas ao Brasil, além de dar suporte às exportações através da ação cultural no exterior.
Bem humorado David fez uma análise do mercado fonográfico brasileiro e uma panorâmica sobre como o mercado internacional da música vê a música Brasileira.  “Com todo respeito a João Gilberto, mais para mercado americano e europeu a música brasileira se resume a Bossa Nova, o que não é verdade, temos que mudar isso”, dispara David.
David falou que para mudar essa visão obre a música brasileira lá fora, a BM&A conta com uma equipe especializada composta por profissionais qualificados e uma extensa lista de contatos. “o Brasil Music Exchange traz ao cenário musical uma nova visão de negócios, viabilizando ações voltadas para o desenvolvimento potencial do mercado”, concluiu.


                                        MUSICAL PROMETEMOS NÃO CHORAR

O Seminário de Produção Cultural, Formação e Mercado: Perspectivas e Conexões foi encerrado com a entrega de certificados aos participantes, um coquetel e a apresentação do Pocket do musical Prometemos não chorar, que aborda, de forma bem humorada e irreverente, o universo brega, fazendo um levantamento desde a década de 60 até os dias de hoje. Os 12 atores em cena contam uma história de três irmãs, Perfídia, Carol e Diana, que perdem o pai misteriosamente e têm sua fortuna roubada pela madrasta e sua filha e se veem obrigadas a trabalhar num clube local.

 Fotos: Tebreu
 Por Uerbet Santos
Uerbet@yahoo.com.br




   



2/16/14

SEMINÁRIO DE PRODUÇÃO CULTURAL



 (PARTE 1)


“Produção cultural, formação e mercado:  perspectivas e conexões”. Esse foi  o tema do Seminário realizado pelo Laboratório de Produção nos dias 13 e 14 de fevereiro no Auditório Dragão do Mar. O evento integra o curso técnico de produção em ventos culturais  que  no período de um ano e meio capacita 40 alunos na profissão de  produtor de eventos culturais no Estado do Ceará. O projeto é uma iniciativa Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, em parceria com o Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CENTEC, com o apoio cultural da Companhia energética do Ceará – COELCE, realizado pela Quitanda das Artes e Associação dos Produtores de Arte do Ceará – PROARTE


PRODUTOR CULTURAL. QUEM É ESSE SER INVISÍVEL?

Cláudia Leitão, mediadora do1º dia do Seminário


Durante dois  dias palestrantes e mediadores de renome tanto local quanto nacional fizeram um raio x do produtor cultural, suas atividades. Uma palavra de consenso  durante as explanações foi a invisibilidade do produtor cultura sobre vários aspectos, como por exemplo , pelo fato de não ter sua  profissão reconhecida.  “Apesar de já terem uma representatividade  classista através da  ABPC (Associação Brasileira de Produtores Culturais) e da  ABGC (Associação Brasileira de Gestão Cultural), um  dos grandes desafios que  esse segmento enfrenta   é o reconhecimentos  da profissão de produtor cultural  através do registro na Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, que  é um documento  emitido pelo Ministério do Trabalho  e Emprego que retrata a realidade das profissões do mercado de trabalho brasileiro, que tem por filosofia sua atualização constante de forma a expor, com a maior fidelidade possível, as diversas atividades profissionais existentes em todo o país, sem diferenciação entre as profissões regulamentadas e as de livre exercício profissional”, explica Cláudia Leitão, Ex-secretária da Economia Criativa do Ministério da Cultura e uma das mediadoras do Seminário.


CURSO DE PRODUÇÃO CULTURAL
Cena de Escola - Cerâmica pintada (Noemisa Batista dos Santos, MG)
Fonte: livro "Viva Cultura Viva do povo brasileiro Museu Afrobrasil
 
Outro exemplo que ratifica a relevância da produção cultural na cultura e na economia brasileira  vem lá do Estado do Rio de Janeiro. A Universidade Federal Fluminense  instituiu o Curso de Produção Cultural em Niterói. O  Professor  Titular  do curso, Luís Augusto, um  dos palestrante do Seminário detalhou  aos presentes  os avanços que os alunos tem obtido com a graduação em  Produção Cultural. “ Para minha grata surpresa , tivemos um número expressivo de profissionais que depois de formados preferiram a magistratura, mas vale ressaltar que os profissionais que ganharam o mercado, na sua grande maioria, optaram por abrir seu próprio negócio  o que  confirma o espírito empreendedor dos produtores culturais”. 

ÁREA DE ATUAÇÃO DO PRODUTOR CULTURAL


A área de atuação do produtor cultural  é ampla, o profissional se encaminha para a criação e organização de projetos e produtos artístico-culturais, lidando com todas as etapas implicadas neste processo.  “O produtor cultural  graduado está habilitado a Atuar na área de planejamento e gestão cultural em nível público e privado; planejar a integração entre a criação artística e a gerência administrativa na produção de espetáculos (teatro, dança, música, circo etc.), produtos audiovisuais (filmes, telenovelas, discos, CDs, DVDs), obras literárias, entre outros setores da indústria cultural. Atua  na curadoria e organização de mostras, exposição e festivais em diversas áreas artísticas; Trabalha em setores de marketing cultural; Exerce a gerência cultural e operacional em instituições públicas e privadas, atuando em centros culturais, galerias de arte, museus, bibliotecas, teatros, cinemas; Compõe  equipe governamental de gestão cultural em níveis municipal, estadual e federal, auxiliando na definição de políticas públicas para a cultura;  contribuir nas ações de preservação e revitalização do patrimônio cultural além de atuar  em ensino, pesquisa e extensão no magistério superior na área de produção Cultural e áreas afins, detalho o Professor Augusto.
 

ENTRE PONTOS. OS NOVOS RUMOS DA PRODUÇÃO MUSICAL DO CEARÁ.


Ivan Ferraro - Palestrante Seminário sobre produção cultural
Completou o quadro de palestrantes  no 1º dia do evento, Ivan Ferraro, músico, produtor cultural, sócio-diretor da MidiaMix Comunicação, idealizador e coordenador geral da Feira da Música de Fortaleza,  presidente da  Associação dos Produtores de Cultura do Ceará (Prodisc) e gestor da Casa Fora do Eixo Nordeste.

O produtor musical, fez um apanhado aos participantes do Seminário da sua trajetória à frente  da Feira da Musica, que já virou um case de sucesso e falou sobre a evolução desse  projeto pioneiro na difusão musical cearense através do Programa Entre Pontos  que percorre anualmente quatro cidades cearense onde ficam por duas semanas em cada uma delas onde realizam rodas de conversas, grupos de trabalho, relatos de experiência e um laboratório prático de produção cultural envolvendo os participantes na realização de uma mostra cultural.  “ O Programa Entre Pontos   nasceu da necessidade de  estimular e fortalecer o desenvolvimento sustentável e integrado de projetos de negócios na área da Cultura no mercado  local, regional . A nossa expectativa é contribuir para a qualificação e fortalecimento do setor, através da integração e formação das pessoas envolvidas na gestão, desenvolvimento e administração de empreendimentos culturais”, conclui Ivan.



APRESENTAÇÃO DA ORQUESTRA DE SOPRO DE PINDORETAMA



O 1º dia do Seminário de Produção Cultural, Formação e Mercado: Perspectivas e Conexões, foi encerrado com um coquetel e a apresentação da Orquestra  de Sopros de Pindoretama  que atua como escola de música, formando instrumentistas de sopro e percurssão no interior do Ceará. O grupo, que tem como integrantes alunos das escolas públicas da região, já se apresentou em Festivais de Música em Pinneberg, Lubeck, Kiel, Widel e Hamburgo, na Alemanha Em 2006 tocou na programação cultural da Copa do Mundo de Futebol.
  

Por Uerbet Santos

Uerbet@yahoo.com.br