CARNAVAL: DA FOLIA ÀS CINZAS. DEPOIS, O QUE FICA?

Esse carro  fala sobre a luta dos homens e animais
 contra a fome e a seca simbolizada pelo tatu. 

      Desde que meu saudoso pai (Professor Ucilas de Souza Santos) foi-se, perdi o gosto pelo carnaval, pois foi em meio a essa data festiva que ele partiu dessa para melhor... Já se vão mais de 20 anos do ocorrido. Ano passado, também durante as festividades de Momo,  recebi outro golpe duro, meu amigo irmão,o Engenheiro Sidney Joseph tombou em plena folia. Nostalgia e saudades à parte, não quero aqui crucificar essa data como uma fonte de desgraças e perdas de amigos e familiares, mas nesse período todos estamos mais suscetíveis a acidentes, inclusive que podem custar a própria vida. 

           DIMINUEM OS ACIDENTES DE TRÃNSITO COM A LEI SECA 

Tolerância zero no Carnaval. Esse foi a tônica
das Blitz do Detran-CE nas estradas do Ceará.

     A Lei Seca, versão tolerância zero, contribuiu para que muitas famílias que no Ceará “brincaram” o carnaval não tivessem seus entes queridos nessa triste estatística. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito (Detran-Ce) e a Polícia Rodoviária Estadual (PRE)  só foram registrados três mortes em acidentes de trânsito nas rodovias estaduais do Ceará, representando uma redução de 67% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 9 pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito. Um saldo positivo. Um salto de cidadania e conscientização sobre a antiga constatação: álcool e direção não combinam.

ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DA EDUCAÇÃO, ÉTICA E CULTURA

Martinho da Vila, um dos compositores  do samba 

          Mas essa festa popular é também um momento que temos a oportunidade de extravasar a alegria, as emoções de reverenciar a arte e cultura brasileira através do desfile das Escolas de samba, da irreverência dos blocos organizados e de sujos, de relembrar os saudosos carnavais das eternas marchinhas. Seja , pulando, cantando, desfilando ou acompanhando tudo pela televisão como eu fiz é inegável o aprendizado que esses quatro dias de folia deixam nas pessoas. Os enredos das Escolas de Samba, com raríssimas exceções, dão verdadeiras aulas sobre a arte, à cultura e as personalidades do Brasil. Como é o caso do samba-enredo da Unidos de Vila Isabel com o tema: "A Vila canta o Brasil celeiro do mundo - Água no feijão, que chegou mais um", comandado pela carnavalesca Rosa Magalhães. A composição é de Martinho da Vila, Arlindo Cruz, André Diniz, Leonel e Tonico da Vila. E quando não para exaltar, o Carnaval serve para que o povo manifeste seu protesto de forma irreverente e criativa sobre temas relevantes  e  “personas non gratas”  que insistem em caminhar na contramão dos princípios ético , moral  e legal que regem a nação brasileira e pensam que tudo aqui acaba em samba  e nas cinzas da quarta-feira.

Artigo escrito por Uerbet Santos