O futuro politico do Maranhão às claras ou não?
A política maranhense vive mais um capítulo de tensão entre aliados de ontem e agora, talvez do amanhã. O vice-governador Felipe Camarão (PT) e o deputado estadual Othelino Neto (Solidariedade) confirmaram publicamente o rompimento de sua aliança, e o motivo central é ninguém menos que o governador Carlos Brandão (PSB). Enquanto Camarão tenta equilibrar-se na "linha do trem" entre o palácio e as ambições para 2026, Othelino radicaliza na oposição e o Governo contra ele também (vide o depoimento de Washington Rio Branco, ex-dirigente do antigo Partido Verde (PV) e ex-secretário de Estado do Meio Ambiente do Maranhão (SEMA) à delegacia geral de polícia do Maranhão. O que está por trás dessa crise? E como isso afeta o tabuleiro eleitoral do Maranhão?
A delicada dança de Felipe Camarão
Felipe Camarão não esconde suas ambições: quer ser o candidato a governador em 2026. Para isso, precisa manter-se alinhado a Brandão (que controla a máquina e os "leões" do PSB) e, ao mesmo tempo, conquistar a bênção de Lula e a união do PT maranhense — tarefa quase impossível, dado o histórico fragmentado do partido no estado.
O PT, que em 2022 elegeu apenas dois prefeitos (contra um em 2020), há quem diga que o PT cresceu 100% mesmo assim ainda é uma força frágil, mas Camarão aposta na "resistência energética" de sua base. Seu movimento mais recente, porém, surpreendeu: o rompimento com Othelino Neto, ex-aliado e figura-chave dinista na articulação política do estado.
O rompimento que abalou São Luís - Será que a Ilha sabe disso?
A gota d’água foi a aproximação de Othelino com Eduardo Braide, prefeito de São Luís e nome forte para 2026. Othelino não apenas criticou publicamente a gestão Brandão, como viabilizou a filiação do irmão de Braide ao Solidariedade e articulou um bloco oposicionista com o PCdoB na Assembleia Legislativa.
Para Camarão, isso foi um tiro no pé.
Em nota oficial, Camarão justificou: "Sou parte integrante da gestão Brandão. Não temos como seguir aliados se ele critica o governo todos os dias".
Othelino respondeu: "Optamos por caminhos diferentes. Eu me oponho; ele acredita que pode mudar de dentro".
Mas há um "não-dito" aqui: nenhum dos dois tratou o rompimento como definitivo. Afinal, 2026 está logo ali, e na política maranhense, portas só fecham de verdade quando o trem passa.
Os bastidores da crise
A relação já estava desgastada desde que Camarão se reaproximou de Brandão, contrariando o grupo de Othelino. O deputado, por sua vez, intensificou críticas ao governo, atingindo indiretamente o vice, que busca projetar-se como "mediador" e "solução" para a crise. Mas há duvidas sobre a confiança de Brandão nele.
A estratégia de Camarão agora é desmontar o bloco PCdoB-Solidariedade, usando sua relação com o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) para atrair o partido de volta à base governista. Paralelamente, ele sinaliza uma aliança com Podemos, numa jogada para ampliar sua influência.
E agora, José?
O cenário é de guerra fria:
Othelino fortalece a oposição, mirando 2026 com Braide.
Camarão joga no campo de Brandão, mas precisa provar ao PT e a Lula que é viável.
Brandão observa, sabendo que seu apoio será commodity valiosa em 2026.
A grande incógnita é o PT. Se Camarão não conseguir unir o partido (que vive brigas internas históricas), sua candidatura pode virar fogo de palha. Enquanto isso, Othelino aposta no desgaste do governo para capitalizar eleitoralmente.
Uma coisa é certa: no Maranhão, política se faz com olho no hoje e no depois de amanhã. Camarão e Othelino podem hoje estar em lados opostos, mas ambos sabem que o trem de 2026 ainda não partiu — e ninguém quer perder o último vagão.
Facam suas apostas!
Da editoria de Politica