PRODUTOR CULTURAL. O FAZ TUDO.
O segundo dia do Seminário “Produção
Cultural Formação e Mercado: Perspectivas e Conexões” foi pautado
pelas palestras e debates sobre produção e mercado. Foi consenso entre os
participantes do evento que existe um hiato entre o fato de se produzir e
colocar esse produto cultural no mercado. É como bater um escanteio e fazer o
gol de cabeça. É nesse campo que o produtor cultural atua. Ele cria, planeja,
produz, comercializa e gerencia todo o processo de execução do seu produto
cultural. Mais nada disso se iguala ao fato de ter que encarar (o todo poderoso patrocinador), com aquele ar de pedinte de fim de feira, a cata de migalhas. A
antropóloga, Rachel Gadelha, mediadora no 2º dia do evento falou sobre essa
postura submissa do produtor, “Antes de tudo, o Produtor Cultural tem que ter
ciência de estar oferecendo um produto e que o investimento feito pelo
patrocinador naquele produto terá um retorno através, principalmente, da imagem
institucional da marca do seu produto ou serviço”. Nada de ser visto como um
coitadinho que esta precisando de Ajuda!
PRODUTOR CULTURAL NÃO É PEDINTE.
À frente da Via de Comunicação e
Cultura, empresa de eventos que organiza ha 15 anos o Festival Jazz e Blues de Guaramiranga, Rachel Gadelha falou com a
propriedade de quem teve de enfrentar muitos desafios para fazer do seu produto
cultural um sucesso de crítica e de público. “Tenho a impressão que os
produtores ainda estão muito voltados para os Editais e Leis de Incentivo, mais acho que devem ir além, pois um projeto cultural é muito maior do que esse pequeno
universo das Leis. Todo projeto deixa um legado, uma marca é isso que deve se
ter em mente”, desabafa Rachel.
LABORATÓRIO DE INTELIGÊNCIA SOCIOCRATIVA
De fato o produto cultural é um se vivo e múltiplo. É o que defende um
dos palestrantes do evento, André Martinez, fundador do Laboratório de
Inteligência Sociocriativa. “Nosso
objetivo é realizar investigação-ação independente com o propósito de
desenvolver métodos de design e gestão de projetos sociocriativos:
empreendimentos, organizações, políticas, estratégias e arranjos que busquem
inovação social de forma sustentável e a partir
de fluxos e processos criativos”. Partindo do princípio de que projetos
sociocriativos são sistemas vivos que podem gerar novas perspectivas, são articulados
teoria e prática participativa para
estudar os campos convergentes da gestão cultural, do desenvolvimento
sustentável e da inovação. “Os métodos pesquisados pelo nosso laboratório são
abertos e podem ser adaptados a um amplo espectro de aplicações incluindo
ativação territorial, planejamento sistêmico, monitoramento, avaliação,
sustentabilidade no impacto social e participação comunitária”, explica André.
EXPANDIDO
O MERCADO DA MÚSICA BRASILEIRA
Em contraponto à teoria
criativa apresentada por André Martinez, o palestrante e comunicólogo David Macloughlin
diretor da BM&A – Brasil, Música e Artes apresentou na prática o projeto Brasil
Music Exchange, procura estimular atividades e trocas de experiências no
mercado musical, com o objetivo de encorajar e organizar ações de difusão
internacional de música brasileira, atraindo divisas ao Brasil, além de dar
suporte às exportações através da ação cultural no exterior.
Bem humorado David fez uma
análise do mercado fonográfico brasileiro e uma panorâmica sobre como o
mercado internacional da música vê a música Brasileira. “Com todo respeito a João Gilberto, mais
para mercado americano e europeu a música brasileira se resume a Bossa Nova,
o que não é verdade, temos que mudar isso”, dispara David.
David falou que para mudar essa visão obre a música brasileira lá fora, a BM&A conta com uma equipe especializada composta por profissionais qualificados e uma extensa lista de contatos. “o Brasil Music Exchange traz ao cenário musical uma nova visão de negócios, viabilizando ações voltadas para o desenvolvimento potencial do mercado”, concluiu. MUSICAL PROMETEMOS NÃO CHORAR
O Seminário de
Produção Cultural, Formação e Mercado: Perspectivas e Conexões foi encerrado
com a entrega de certificados aos participantes, um coquetel e a apresentação do Pocket do musical Prometemos não chorar, que aborda, de forma bem humorada e irreverente, o universo brega, fazendo
um levantamento desde a década de 60 até os dias de hoje. Os 12 atores em
cena contam uma história de três irmãs, Perfídia, Carol e Diana, que perdem o
pai misteriosamente e têm sua fortuna roubada pela madrasta e sua filha e se
veem obrigadas a trabalhar num clube local.
Fotos: Tebreu
Por Uerbet Santos
Uerbet@yahoo.com.br
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