11/06/23

EXCLUSIVO - Maranhense Ruan Miranda vai disputar a NBA G-League

A liga de desenvolvimento é uma das portas de acesso oficial à NBA



O maranhense  Ruan Miranda não é mais atleta do Paulistano Basquete.  Ele foi contratado pelo México City Capitanes, da Cidade do México, para disputar a temporada 2023/24 da NBA G-League (Liga de Desenvolvimento do basquete profissional estadunidense)

A informação foi noticiada  neste sábado (4), pelo repórter Alê Oliveira durante a transmissão da partida entre  Paulistano e  Fortaleza, válida pela 4ª rodada do NBB CAIXA 2023/24 e confirmada com  Ruan pelo BUS - Blog do Uerbet Ssntos.

O pivô, de 21 anos e 2 07m,  disse ao BUS que ainda está em São Paulo e que aguarda apenas a liberação do seu passaporte para se apresentar à sua nova equipe.

A temporada 2023/24 da NBA G-League  começa nesta sexta-feira (10), e apresenta um recorde de 31 times, incluindo o recém-formado Rip City Remix, a afiliada do Portland Trail Blazers. 

A Liga de desenvolvimento do basquete da NBA, G League, prepara jogadores, treinadores, funcionários, árbitros para terem condições de trabalharem na NBA. Estima-se que 40% dos jogadores que estão atuando na NBA já passaram pela liga de desenvolvimento.

O Mexico City Capitanes estreia na Showcase Cup (Copa vitrine da NBA G-League),  também no dia 10 de novembro, contra o Osceola, como parte da celebração de uma semana de basquete na Cidade do México.

Vale destacar que ocapitanes é  o primeiro time mexicano  e latino-americanos a fazer parte da franquia da  NBA G League, mas não é filial de nenhuma franquia da NBA.

Sobre essa nova fase de sua carreira, Ruan disse estar confiante. "Estou preparado fisicamente, tecnicamente  e mentalmente para dar mais esse passo na minha vida profissional. Recentemente, Joguei o campeonato paulista [Paulistano foi campeão]."

Só não participei da final porque estava no Pan de Santiago do Chile [o Basquete 3X3 do Brasil  caiu diante de Trinidade e Tobago nas quartas de final]. Joguei também dois, dos três jogos iniciais do Paulistano no NBB, contra Bauru e São Paulo. Agora é viajar, estrear e dar o meu melhor em quadra", detalhou o maranhense.

De fato, as estatísticas comprovam o bom desempenho do atleta  nesse começo de temporada do NBB. Nos três jogos iniciais, ele registrou média geral de 9 pontos, foi segundo, em número de rebotes (9.5), fez duas assistências e  até o momento que jogou foi o atleta mais eficiente do Paulistano.

No Capitanes, Ruan terá a companhia de dois jogadores brasileiros que atuaram no NBB na temporada passada, o armador Alexey (Minas) e o pivô Mãozinha (Corinthians) e do assistente-técnico, Vitor Galvani, técnico da Seleção Brasileira masculina sub-18.

De acordo com Ruan, Mãozinha e Vitor  têm lhe auxiliado muito nessa transição  do basquete FIBA para o NBA.  

"As regras do basquete praticadas na NBA G-League são diferentes  das regras da FIBA.

Nesse sentido, o Vitor tem me orientado bastante. Ele  me mandou uns videos, pra eu ir me familiarizado com esse novo estilo de jogo.

Mãozinha também tem me dado dicas, sobre a rotina de treinos, os costumes e tradições da Cidade do México. Temos mais afinidade, jogamos juntos pela Seleção quando vencemos o Globl  Jump de Basquete sub-21", pontuou o pivô.

A tia e atleta Olimpica, Iziane Castro (foto), disse que "é sempre emocionante ver o Ruan enfrentando novos desafios e oportunidades em sua carreira esportiva."



Fonte de inspiração e motivadora do sobrinho, Iziane acredta que Ruan pode dar o seu melhor e enfrentar esse novo desafio com determinação e dedicação.

Determinação e dedicação não faltam para Ruan, ele  disse que já arranha um  "portunhol" para facilitar a comunicação  com os colegas de equipe e  também no seu dia-a-dia na Cidade do México. 

O atleta dedica-se ainda ao estudo da língua inglesa, já pensando em seu objetivo maior: chegar à NBA.

"O sucesso em esportes muitas vezes envolve trabalho árduo, paixão e resiliência. Tenho confiança que, se ele se esforçar, pode lidar com o recado e alcançar seus objetivos. Desejo a ele muito sucesso em sua jornada! Estaremos sempre na torcida. Aqui é time Ruan!", ensinou a rainha do basquete maranhense e tia coruja de Ruan.

O fato é que a NBA G League se tornou uma plataforma essencial para o desenvolvimento de jogadores. Oferece aos aspirantes, como Ruan Miranda e a profissionais em formação a oportunidade de aprimorar suas habilidades, ganhar experiência valiosa e, por fim, fazer a transição para a NBA.

Por dentro da NBA G-League

A programação da NBA G League será novamente organizada em duas partes: a Showcase Cup de 16 jogos, seguida por uma temporada regular de 34 jogos. Todas as 31 equipes da NBA G League competirão em um total de 50 jogos durante a temporada 2023-24. (Confira no final da matéria as datas importantes da atual temporada)

Gatorade

Desde a temporada 2017-18, a NBA Development League (NBA D-League) foi renomeada e passou a se chamar NBA G League como parte de uma extensa parceria firmada entre a NBA e a Gatorade, que promete durar muitos anos. Vale destacar é a primeira vez na história que uma liga esportiva profissional dos EUA foi nomeada com o nome de um parceiro publicitário.

Janela de oportunidades

Vários jogadores da G-League ganharão uma oportunidade nas escalações da NBA ao longo da temporada. 

Haverá também alguns candidatos ao draft de 2024 começando a trabalhar na liga, já que assinaram com a G-League Ignite para seguir um caminho diferente para a NBA, em vez de passar pelo sistema colegiado



A NBA G League: uma plataforma crucial para o desenvolvimento de jogadores. Anteriormente era conhecida como NBA Development League, evoluiu significativamente desde a sua criação em 2001.

Inicialmente, a G League era apenas um empreendimento de pequena escala com oito times. Hoje, tornou-se uma parte indispensável da estratégia de desenvolvimento de jogadores da NBA, contando com 31 equipes e atuando como a principal fonte de cultivo de talentos.

Desenvolvimento de jogadores

A G League foi projetada para fornecer uma plataforma para jovens jogadores desenvolverem suas habilidades e ganharem experiência valiosa. 

As equipes da G League são afiliadas a franquias da NBA, permitindo uma transição e colaboração perfeitas entre as duas ligas.

Como sistema oficial de ligas menores da NBA, a G League desempenha um papel vital na preparação dos jogadores para os rigores do basquete profissional.

Formas de contribuição

- Proporcionando experiência de jogo: Os jogos da G League oferecem uma experiência inestimável para jovens jogadores, permitindo-lhes adaptar-se à velocidade e fisicalidade do basquete profissional.

- Promoção do desenvolvimento de habilidades: A equipe técnica e os recursos da G League estão dedicados a ajudar os jogadores a melhorar suas habilidades e ampliar seu conhecimento geral sobre basquete.

- Promoção de  oportunidades de crescimento: Através da utilização de contratos bidirecionais e da atribuição de jogadores da NBA a equipas da G League, a liga garante que os jogadores recebem bastante tempo de jogo para continuarem o seu desenvolvimento.

Histórias de sucesso da G League à NBA

Vários jogadores usaram a G League como trampolim para o sucesso da NBA, mostrando a eficácia da liga como plataforma de desenvolvimento.

Alguns ex-atletas notáveis ​​​​da G League que tiveram um impacto significativo na NBA incluem:

Danny Verde

Depois de passar um tempo na G League, Danny Green se tornou um componente essencial da equipe campeã da NBA de 2014 do San Antonio Spurs e continuou a ser um arremessador e defensor confiável de três pontos ao longo de sua carreira.

Hassan Whiteside

A carreira de Hassan Whiteside decolou após uma passagem pela G League, onde aprimorou suas habilidades como bloqueador e rebote. Ele liderou a NBA em bloqueios em 2016 e rebotes em 2017.

Pascal Siakam

O tempo de Pascal Siakam no Raptors 905, afiliado da G League do Toronto Raptors, ajudou a desenvolver suas habilidades e confiança, abrindo caminho para seu surgimento como um jogador-chave no campeonato da NBA de 2019 do Raptors.

Impacto nas equipes e nos olheiros da NBA

O papel da G League no desenvolvimento dos jogadores vai além do indivíduo, influenciando também as equipes da NBA e as práticas de olheiros.

As equipes da NBA estão cada vez mais recorrendo à G League para encontrar joias escondidas, usando a liga como um recurso para observação e recrutamento.

As equipes da NBA costumam usar a G League para testar novas estratégias, escalações e métodos de treinamento, reunindo informações valiosas que podem ser aplicadas no nível da NBA.

Com um influxo de talentos internacionais entrando na G League, as equipes da NBA estão ganhando oportunidades adicionais para observar e avaliar prospectos de todo o mundo.

À medida que a G League continua a expandir-se e a evoluir, o seu papel na definição do futuro da NBA só se tornará mais significativo.

 Ao investir na G League e ao adotar abordagens inovadoras para o desenvolvimento dos jogadores, a NBA busca garantir um futuro brilhante tanto para a liga como para os seus jogadores.

A NBA G-League 2023-24 tem várias datas importantes para acompanhar. Confira!

-10 de novembro: começa a copa vitrine da G-League

-19 a 22 de dezembro: showcase de inverno da G-League

-27 de dezembro: data de início da temporada regular da G-League

Abril de 2024: data de início dos playoffs da G-League

Saiba  mais!

Atleta maranhense é Top 4 do mundo no basquete 3X3

Conheça a trajetória de Ruan Miranda,no Podcast Caminhos do Desenvolvimento 



Por Uerbet Santos
Fotos: Divulgação NBB

Fonte: https://gleague.nba.com

11/04/23

BYE-BYE BRASIL- Seleção brasileira é soterrada pela avalanche de bolas de 3 pontos da Venezuela e se despede do ouro no Pan de Santiago

Brasil disputa a medalha de bronze, às 17h deste sábado (4), contra o México com transmissão do canal Olímpico e o raio-x do BUS-Blog do Uerbet Santos.




A Seleção Brasileira caiu nas semifinais dos Jogos Pan-Americanos de Santiago ao ser derrotada  por 84 a 77 pela Venezuela, na capital chilena, na noite desta sexta-feira (3).

Para o pivô Gabriel Jaú,, a Seleção brasileira demorou a engrenar, quando pegou no tranco,  já era tarde demais.

"A gente teve um primeiro tempo muito ruim, muito abaixo do que a gente estava acostumado a fazer. Isso deu moral para eles (Venezuela), isso é o principal ponto. Quando os jogadores estão com moral, a bola cai de tudo quanto é lugar, a qualquer momento. 

A gente tentou minimizar isso no segundo tempo, conseguimos encostar no placar, mas eles tiveram o mérito de enfiar mais bolas importantes, então, eles também têm mérito", disse Jaú.

Raio-x
A Venezuela  fez um primeiro  quarto impecável, principalmente  pela precisão nas bolas do perímetro, resultado  da boa movimentação de bola, escolhendo a hora certa de chutar sem contestação, o que resultou em 15 pontos de frente na 1ª parcial. Diante de um Brasil precipitado do ataque e tímido  na defesa. 

No primeiro tempo, a equipe brasileira teve dificuldades com a organização do ataque e conseguiu acertar apenas cinco arremessos de três pontos, em 19 tentativas. Enquanto  a Venezuela acertou 8 bolas do perímetro em 12 tentativas.

A seleção teve dificuldades durante todo o jogo e foi para o segundo tempo perdendo por quase 20 pontos. No último período, o Brasil ainda melhorou e baixou a diferença para seis, no entanto, a Venezuela soube manter a calma para fechar a partida e garantir a vaga na final do Pan.

Alguns números demostram o desequilíbrio da Seleção, baixo aproveitamento nas bolas do perímetro. O armador Elinho, por exemplo, arremessou 12 bolas de 3 pontos, enquanto o gatilho  da equipe do perímetro, Lucas Dias tentou apenas 3 vezes. Fato é que o Elinho não achou Lucas Dias na quadra.


Destaques

Os destaques da partida pelo Brasil foram Gui Deodato, com 22 pontos e Gabriel Jaú, com  um duplo-duplo (16 pontos e 10 rebotes), além do pivô Márcio que fez 11 pontos e pegou 6 rebotes.

Pela Venezuela, Sifontes foi o jogador com melhor atuação, também com 22 pontos.

Apesar de nunca ter alcançado uma final no Pan, o time venezuelano chegou à semifinal com vontade de vencer, e teve como trunfo jogadores de destaque como Ruiz, Graterol e Martinez, que chegaram, inclusive, a jogar no Brasil. A Venezuela vai lutar pelo ouro inédito contra a Argentina, neste sábado, às 20h.

Neste sábado, às 17h, o Brasil encara o México na disputa da medalha de bronze, com transmissão ao vivo do Canal Olímpico e raio-x do BUS-Blog do Uerbet Santos.

Parciais: Brasil 77  x  84 Venezuela 
1º quarto: 10 x 25
2ª quarto: 27 x 31
3° quarto: 20 x 14
4° quarto: 20 x14

Por Uetbet Ssntos 
Foto: Divulgação CBB

11/02/23

HISTÓRIA - Cemitério do Gavião. Um misto de beleza e mistério

Aviso na entrada intriga visitantes:  "Nós, ossos que aqui estamos. pelos vossos esperamos".



Quem entra pelo portão  principal  do Cemitério do Gavião, logo se separa com  um  aviso, quase despercebido, fixado  no portão central: "Nos, ossos que aqui estamos. pelos vossos esperamos. Fui o que tu és, serás o que eu sou."

Qual origem dessa inscrição?

Tal inscrição foi, primeiramente, adotada  na Capela dos Ossos, monumento sinistro,  localizado na Igreja de São  Francisco, na pitoresca  cidade  de Évora, do centro-sul de Portugal, no denominado Alentejo, 

A Capela foi construída no século XVII por iniciativa de três frades franciscanos e decorada por ossos de mais  de cinco mil monges.

Qual o seu significado?

De acordo com estudiosos em religião,  os frades inseriram tal aviso  na Capela para  transmitir a mensagem da transitoriedade e fragilidade da vida humana.


Mensagem essa, que  é  também claramente passada aos visitantes, logo à entrada do Cemitério do  Gavião em São Luís do Maranhão.

Especialistas afirmam que a Capela dos Ossos e suas mensagens textuais e visuais marcam um pensamento do século XVII, convenientemente pouco compatível com a realidade contemporânea, logo seu caráter fatídico e obscuro datam uma existência anterior, que por sua vez engloba valores, crenças e pensamentos que hoje tornam-se conflitantes. 


O Gavião 

Inaugurado em 1855, o Cemitério do Gavião tem esse nome por sua localização na antiga Quinta do Gavião. Desde sua inauguração, o cemitério já teve diversos nomes: Cemitério de São José da Irmandade (quando era administrado pela Irmandade da Misericórdia, uma organização católica), Cemitério de São Pantaleão (Nome oficial de registro) e, por fim, Cemitério do Gavião.

Fundado após uma epidemia de varíola que abateu parte da população de São Luís, o Cemitério do Gavião segue os molde europeu de cemitérios próximos a igrejas, o que facilitava o cortejo do enterro.

Localizado no bairro da Madre Deus, conhecido como o bairro mais boêmio da cidade, o Cemitério do Gavião incorporou-se à região  e no Dia de Finados, ae transforma em um formigueiro de pessoas em meioca  ambulantes  que movimentam a economia  informal com venda de  água, coroas de  flores, velas e serviços  com limpeza e pintura de sepulturas.

E quando a noite cai, entra em cena o som das espátulas a raspar o "choro" das velas, vendidos depois para as fábriquetas reciclagem a cera e produzirem novas velas.

Ilustres

Entre as pessoas ilustres enterradas no  Gavião, estão: o Barão de Grajaú, o ex-governador Benedito Leite, o escritor Aluísio de Azevedo, o carnavalesco Joãosinho Trinta e o poeta Nauro Machado.

O Gavião, que outrora tinham quatros  entradas, agora só possui dois acessos, o principal, pela praça da Saudade, e um lateral  pelo bairro do Lira.

Das 16 seções que compõem a extensão do cemitério, chama a atenção o conjunto arquitetônico artístico de esculturas de estilo neoclássico e os desenhos que moldam os jazidos.

E tal qual o Monumento dos Ossos em Portugual, guarda um misto de beleza  e mistério.

Por Uerbet  Santos
Foto de época: Gaudencio Cunha