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7/04/24

OPINIÃO - Paulo Tinoco alerta para a falta de nivelamento técnico entre as escolas que participam dos JELs e JEMs

Para o educador físico, a falta de critério na captação de jovens talentos é um dos principais motivos para essa disparidade; responsabiliza professores, técnicos e instrutores desportivos pelos placares elásticos nas competições. 


Confira o artigo na íntegra!
 
Esporte: Cavando no fundo do poço

Por acaso vocês já pararam pra pensar, porque o futebol brasileiro é o maior exportador de talentos da modalidade esportiva para o resto do mundo a partir do trabalho de base? 

Pensaram que se apenas um clube assim fizesse e se os outros fossem apenas figurantes em desiguais competições, haveria desenvolvimento técnico desportivo da modalidade? Claro que não!

Por acaso já se perguntaram porque o voleibol do Brasil se encontra hoje em um patamar diferenciado dos outros esportes do país? 

Não será por consequência da estruturação criada e seguida por todos os clubes e demais seguimentos do esporte a partir da base, tendo competições reais, com competidores em níveis semelhantes?  Lógico que é assim!

Os desportistas de maneira geral, devem ter perguntas, questionamentos ou dúvidas, quanto ao sucesso técnico financeiro da NBA, mesmo ainda sendo o 3º esporte dos EUA. 

Esse trabalho, começa no High School (Escolas de 1º e 2º graus), seguindo nas universidades, para onde os estudantes são cooptados a convite das instituições.

Vejam que o binômio desporto/educação caminham juntos. E pensar que o Maranhão já teve isso no 1º e 2º grau, começando um movimento sequencial nas Universidades!

 Acabou-se ou acabaram e por favor, não venham justificar ou tentar amenizar as responsabilidades e culpas com evasivas narrativas que ainda existe, pois inevitavelmente, traçarei um paralelo do fato com a existência de democracia, justiça e liberdade no país atualmente.

 Voltemos a NBA. Após completarem 19 anos e terem concluído o High School há mais de um ano, os alunos atletas já podem ser contratados por ligas ou equipes da NBA, através do DRAFT, que é o único sistema para que o atleta entre na NBA, tendo regras a serem obedecidas e que valem também para estrangeiros.

Temos notícias de umas pseudas competições, havidas no Estado do Maranhão e em especial em São Luís, onde está acontecendo tudo ao contrário para o desenvolvimento técnico desportivo de qualquer modalidade, pois o desenvolvimento, depende de tudo que já foi exemplificado e de competições niveladas, pois cavalo que corre sozinho, não ganha nada, apenas chega. 

O verdadeiro desenvolvimento, depende de adversários à altura, pra isso se faz necessário que se fomente o desenvolvimento dos adversários, como outrora foi feito no Maranhão, onde se iniciava em uma escola ou instituição predisposta a executar um trabalho e direcionava-se um professor/técnico ou atleta ou ex-atletas para dar continuidade ao fomento, proporcionando àqueles ou aquelas atletas, o desejo e a satisfação de jogar em pé de igualdade e continuar qualificando-se, não sendo desestimulados pelo desnível técnico, fazendo-o abandonar a prática desportiva.

Ganhar no futebol, é vencer disputando em igualdade de condições, ganhar no voleibol é vencer no tiebreak, é terminar o jogo de basquetebol vencendo na prorrogação de 110 a 109.

 Placares elásticos sem nivelamento técnico, não desenvolvem a prática desportiva e se isso estiver acontecendo de alguma forma em qualquer competição no estado, os pais, diretores de escolas e educadores de fato, devem promover um mutirão e irem de encontro aos verdadeiros responsáveis por essa permissividade anômala e nociva, cobrando providências. 

Professores, técnicos e instrutores desportivos que assim agem, certamente não são professores, tampouco educadores e só fazem isso por defecção de caráter e personalidade ou por insegurança técnica para um verdadeiro confronto que desnude a falta de conhecimento do “professor”, levando nosso desporto para depois do fundo, pois no fundo já estamos há tempos.

Parem de cavar no fundo do poço, pois assim fazendo, não brotará nenhuma fonte. Se por acaso alguém não conseguir ver isso, certamente é cego, surdo ou burro! Desta vez sem desculpas!

Por Paulo Roberto Tinoco da Silva

*Professor de Educação Física e Técnicas Desportivas - Ex-presidente da Federação Maranhense de Basquetebol - FMB e ex-secretário de Estado de Desporto e Lazer.

Foto: Reprodução/Internet